sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Sindicalista espera posse desde o dia 20 na frente do Palácio do Planalto

Sindicalista espera posse desde o dia 20 na frente do Palácio do Planalto: " <(Leia na Gazeta de Rondônia)

'Só volto para casa quando Dilma assumir', afirmou Robson Messias. Ele mora em Bom Jesus do Tocantins (PA) e espera visita da presidente.


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Com apenas uma mochila, uma barraca pequena e algumas porções de castanhas do Pará, ele viajou cerca de 1,7 mil quilômetros, de Bom Jesus do Tocantins (PA) até a capital do país para ver de perto a posse da presidente eleita, Dilma Roussef, neste sábado (1º).


'Só volto para casa quando Dilma assumir a Presidência. Espero que ela olhe pelo povo, pela classe trabalhadora como Lula fez. Que ela não esqueça das bases dela e do PT. Gostaria muito que ela fizesse um governo com base comunitária', disse Messias.


Ele se orgulha de ter estado na primeira posse de Lula e depois da reeleição. 'Ainda vou escrever um livro sobre as três posses, incluindo a da Dilma. Quero contar a história das três cerimônias. Me orgulho de ter sido o primeiro a chegar em todas elas, até mesmo nesta que vai acontecer neste sábado.'


Messias saiu de casa dia 19 de dezembro e demorou 24 horas para chegar a Brasília. ' Não é sacrifício. Gosto do governo do PT, sou fã do Lula e espero muitas coisas boas do governo que a Dilma vai fazer', afirmou Messias.



O sindicalista chegou a se encontrar com o presidente Lula, no Palácio do Planalto, e guardou boas recordações da rápida conversa. 'Nem os seguranças do Palácio acreditaram que eu seria recebido pelo presidente. Depois que confirmaram meu nome na agenda de audiências, me fizeram vestir um terno e uma gravata. Fiquei pior do que estava, mas encontrei com Lula.'


Messias lembrou que quase ficou sem um registro do encontro. ' Quando fui bater uma foto, minha câmera ficou sem bateria. Levei dois tapinhas do Lula na minha cabeça. Indignado, o presidente chamou o fotógrafo oficial, que tirou a foto e me arrumou uma cópia. Confesso que também fiquei com a xícara que usei para tomar café com o presidente. Virou relíquia. Só espero que a PF [Polícia Federal] não confisque a xícara agora.'




O sindicalista é um dos cerca de 15 mil habitantes de Bom Jesus do Tocantins e espera que Dilma concretize um sonho que Lula não realizou. 'Pedi a Lula que visitasse minha cidade, conhecesse o povo de lá, mas ele nunca foi. Vou entregar uma carta para Dilma pedindo que ela assuma um compromisso de visitar a cidade. Quem sabe ela não vai?'


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Um Diploma ou um Sacerdócio?

Que respostas podemos dar à indagação sobre os motivos de se exigir que o profissional de Jornalismo seja formado por uma faculdade?

Digamos, desde logo, que a faculdade não vai "fazer" um jornalista. Ela não lhe dá técnica se não houver aptidão, que denominamos de vocação.

A questão é mais séria e mais conseqüente. A faculdade, além das técnicas de trabalho, permite ao aluno a experiência de uma reflexão teórica e, principalmente, ética.

Não achamos absurdo que um médico deva fazer uma faculdade. É que vamos a ele entregar o nosso corpo, se necessário, para que ele corte, interfira dentro de seu funcionamento, etc.

Contudo, por vezes discutimos se existe necessidade de faculdade para a formação do jornalista, e nos esquecemos que ele faz uma intervenção muito mais radical sobre a comunidade, porque ele interfere, com seus artigos, suas informações e suas opiniões, diretamente dentro de nosso cérebro.

Acho que, pelo aspecto de cotidianidade que assumiu o Jornalismo, a maioria das pessoas esquece que o Jornalismo não é uma prática natural.

O Jornalismo é uma prática cultural, que não reflete a realidade, mas cria realidades, as chamadas representações sociais que interferem diretamente na formulação de nossas imagens sobre a realidade, em nossos valores, em nossos costumes e nossos hábitos, em nossa maneira de ver o mundo e de nos relacionar com os demais.

A função do Jornalismo, assim, é, socialmente, uma função extremamente importante e, dada a sua cotidianidade, até mais importante que a da medicina, pois, se não estamos doentes, em geral não temos necessidade de um médico, mas nossa necessidade de Jornalismo é constante, faz parte de nossas ações mais simples e, ao mesmo tempo mais decisivas, precisamos conhecer o que pensam e fazem nossos governantes, para podermos decidir sobre as atividades de nossa empresa; ou devemos buscar no Jornalismo a informação a respeito do comportamento do tempo, nas próximas horas, para decidirmos como sair de casa, quando plantar, ou se manter determinada programação festiva.

Buscamos o Jornalismo para consultar sobre uma sessão de cinema, sobre farmácias abertas em um feriadão, mas também para conhecermos a opinião de determinadas lideranças públicas a respeito de determinado tema, etc.

Tudo isso envolve a tecnologia e a técnica, o nível das aptidões, capacidades e domínio de rotinas de produção de um resultado final, que é a notícia.

Mas há coisas mais importantes: um bom jornalista precisa ter uma ampla visão de mundo, um conjunto imenso de informações, uma determinada sensibilidade para os acontecimentos e, sobretudo, o sentimento de responsabilidade diante da tarefa que realiza, diretamente dirigida aos outros, mais do que a si mesmo.

Quando discuto com meus colegas a respeito da responsabilidade que eu, como profissional tenho, com minha formação, resumo tudo dizendo: não quero depender de um colega de profissão, "transformado" em "jornalista profissional", que eventualmente eu não tenha preparado corretamente para a sua função.

A faculdade nos ajuda, justamente, a capacitar o profissional quanto às conseqüências de suas ações.

Mais que isso, dá ao jornalista, a responsabilidade de sua profissionalização, o que o leva a melhor compreender o sentido da tarefa social que realiza e, por isso mesmo, desenvolver não apenas um espírito de corpo, traduzido na associação, genericamente falando, e na sindicalização, mais especificamente, mas um sentimento de co-participação social, tarefa política (não partidária) das mais significativas.

Faça-se uma pergunta aos juízes do STF a quem compete agora julgar a questão, mais uma vez, questão que não deveria nem mais estar em discussão: eles gostariam, de ser mal informados?

Eles gostariam de não ter acesso a um conjunto de informações que, muitas vezes, são por eles buscadas até mesmo para bem decidirem sobre uma causa que lhes é apresentada através dos autos de um processo?

E eles gostariam de consultar uma fonte, sempre desconfiando dela?

Porque a responsabilidade do jornalista reside neste tensionamento que caracteriza o Jornalismo contemporâneo de nossa sociedade capitalista: transformada em objeto de consumo, traduzido enquanto um produto que é vendido, comercializado e industrializado, a notícia está muito mais dependente da responsabilidade do profissional da informação, que é o jornalista, do que da própria empresa jornalística que tem, nela, a necessidade do lucro.

Assim sendo, é da consciência aprofundada e conscientizada do jornalista quanto a seu trabalho, que depende a boa informação.

E tal posicionamento só se adquire nos bancos escolares, no debate aberto, no confronto de idéias, no debate sério e conseqüente que se desenvolve na faculdade.

Eis, em rápidos traços, alguns dos motivos pelos quais é fundamental que se continue a exigir a formação acadêmica para o jornalista profissional.

A academia não vai fazer um jornalista, mas vai, certamente, diminuir significativamente, a existência de maus profissionais que transformam a informação, traduzida na notícia, em simples mercadoria.

Danny Bueno

_______________Arquivo vivo: