sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Retaliações de Denis Bau, um mero presidente eleito com complexo de Deus

Uma verdadeira crise institucional sem precedentes está deflagrada na Federação das Indústrias do Estado de Rondônia - FIERO, e pelo jeito a coisa tende a ficar cada dia mais tumultuada por conta das inúmeras ações arbitrárias aplicadas pelo atual presidente Dênis Roberto Baú, que ao fazer uso de suas atribuições começa a deixar claro a sua intransigente postura ditatorial contra aqueles que se opõem aos seus interesses.

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Na tarde desta quinta feira (22/11), os respectivos sindicatos patronais da construção civil do Estado de Rondônia, SINICON e SINDUSCON/RO foram surpreendidos por um ofício assinado e enviado pela presidência da FIERO, em que o presidente Dênis Baú sob a pífia alegação que pela ausência das entidades por mais de seis sessões da FIERO justificava a exclusão sumária dos sindicatos e portanto, tornando-os inaptos a participarem das futuras reuniões da entidade.

O curioso é que a exclusão dos sindicatos se deu justamente duas horas após o surgimento da notícia da denúncia de fraudes nas eleições para presidente em vários sites da capital e da manifestação de 11 dos 19 sindicatos que compõem a entidade em promover o cancelamento das eleições sob fortes indícios de irregularidades aplicadas pela comissão eleitoral junto com seu presidente eleito.

O que causa estranheza maior é que, a exemplo do presidente recém empossado do SINICON, Alan Gurgel, que assumiu há duas semanas o sindicato, e portanto não poderia responder pelas ausências de seus antecessores, e pra piorar o caso, a questão é que mesmo não tendo motivos para exluir o então sindicato antes das eleições o atual presidente aguardou ser reeleito com o voto do ex-presidente, para só então se lembrar de cumprir o estatuto.

Ou seja, só por ai as eleições já poderiam se impedidas de acontecer, mas, mesmo assim o presidente Dênis Baú deu prosseguimento e computou o voto que o reconduziu ao cargo máximo da entidade.

Para o SINICON, o ato de exclusão se torna nulo por que a entidade nunca deixou de justificar as ausências e com isso preencheu as premiças do estatuto, e ainda com base no Artigo 15º § 5 do Estatuto Social da Federação, nunca foram convocados para qualquer audiência sobre o assunto.

Os demais dirigentes sindicais que foram alvos das exclusões, tais atos de desespero nada mais expressam do que a confirmação das suspeitas de que o atual presidente está maquiavélicamente e de todas as formas tentando tira do seu caminho todos prováveis acusadores e membros da FIERO venham a servir de contra ponto a sua defesa no tocando as graves denúncias que foram apresentadas no TRT/RO.

Suspeita-se que a razão e motivação de tantos absurdos praticados pelo atual presidente da FIERO sejam reflexo de suas economias abaladas por inúmeros empreendimentos mal sucedidos que acabaram por promover a falência de seus negócios que estão transbordando a em sua capacidade administrativa e por isso debilitando a sua governabilidade a frente da FIERO onde vem demonstrando frequentes indícios de descontrole emocional por parte do presidente, como se estivesse vivendo um surto psicótico de perseguição e paranóia esquizofrênica para com os funcionários e membros da diretoria.

Prova disso, é que já no começo do mês, quando vários sindicatos passaram a exigir o cancelamento das eleições, alguns funcionários e diretores de confiança da presidência, que não apoiavam as atitudes do presidente foram postos pra fora da FIERO, por meio de exoneração, sob alegação de não possuirem mais a credibilidade necessária para o cargo.

Um dos mais atingidos pelas manobras do presidente foi o diretor geral do SENAI, Vivaldo Matos, que de uma hora para outra ficou sem seu cargo após relevantes serviços prestados aquela entidade.

Outro que sofreu a degola por conta do desespero do presidente Dênis Baú em ver o cerco se fechando contra seus atos e desmandos foi Nazareno Gomes, Superintendente do Instituto Euvaldo Loddi - IEL, respeitado membro daquele organismo que tanto favorece a imagem da FIERO perante os empresários e seus funcionários.

Para completar as estratégicas e manobras internas que permitiriam que Dênis Baú respirassem mais aliviado a responsável pelo cerimonial da FIERO, Roselane Suriano foi sumariamente demitida após perder a confiança que o presidente pretendia que lhe prestassem.

Ou seja, pessoas do primeiro escalão que sabiam demais e foram forçadas a concordar com irregularidades e que obviamente manifestaram seu descontentamento e tiveram que pagar o alto preço de serem colocadas em descrédito com uma demissão, ou afastamento de funções de forma tanto injustificada como constrangedora após anos de dedicação a frente de seus cargos.

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Um Diploma ou um Sacerdócio?

Que respostas podemos dar à indagação sobre os motivos de se exigir que o profissional de Jornalismo seja formado por uma faculdade?

Digamos, desde logo, que a faculdade não vai "fazer" um jornalista. Ela não lhe dá técnica se não houver aptidão, que denominamos de vocação.

A questão é mais séria e mais conseqüente. A faculdade, além das técnicas de trabalho, permite ao aluno a experiência de uma reflexão teórica e, principalmente, ética.

Não achamos absurdo que um médico deva fazer uma faculdade. É que vamos a ele entregar o nosso corpo, se necessário, para que ele corte, interfira dentro de seu funcionamento, etc.

Contudo, por vezes discutimos se existe necessidade de faculdade para a formação do jornalista, e nos esquecemos que ele faz uma intervenção muito mais radical sobre a comunidade, porque ele interfere, com seus artigos, suas informações e suas opiniões, diretamente dentro de nosso cérebro.

Acho que, pelo aspecto de cotidianidade que assumiu o Jornalismo, a maioria das pessoas esquece que o Jornalismo não é uma prática natural.

O Jornalismo é uma prática cultural, que não reflete a realidade, mas cria realidades, as chamadas representações sociais que interferem diretamente na formulação de nossas imagens sobre a realidade, em nossos valores, em nossos costumes e nossos hábitos, em nossa maneira de ver o mundo e de nos relacionar com os demais.

A função do Jornalismo, assim, é, socialmente, uma função extremamente importante e, dada a sua cotidianidade, até mais importante que a da medicina, pois, se não estamos doentes, em geral não temos necessidade de um médico, mas nossa necessidade de Jornalismo é constante, faz parte de nossas ações mais simples e, ao mesmo tempo mais decisivas, precisamos conhecer o que pensam e fazem nossos governantes, para podermos decidir sobre as atividades de nossa empresa; ou devemos buscar no Jornalismo a informação a respeito do comportamento do tempo, nas próximas horas, para decidirmos como sair de casa, quando plantar, ou se manter determinada programação festiva.

Buscamos o Jornalismo para consultar sobre uma sessão de cinema, sobre farmácias abertas em um feriadão, mas também para conhecermos a opinião de determinadas lideranças públicas a respeito de determinado tema, etc.

Tudo isso envolve a tecnologia e a técnica, o nível das aptidões, capacidades e domínio de rotinas de produção de um resultado final, que é a notícia.

Mas há coisas mais importantes: um bom jornalista precisa ter uma ampla visão de mundo, um conjunto imenso de informações, uma determinada sensibilidade para os acontecimentos e, sobretudo, o sentimento de responsabilidade diante da tarefa que realiza, diretamente dirigida aos outros, mais do que a si mesmo.

Quando discuto com meus colegas a respeito da responsabilidade que eu, como profissional tenho, com minha formação, resumo tudo dizendo: não quero depender de um colega de profissão, "transformado" em "jornalista profissional", que eventualmente eu não tenha preparado corretamente para a sua função.

A faculdade nos ajuda, justamente, a capacitar o profissional quanto às conseqüências de suas ações.

Mais que isso, dá ao jornalista, a responsabilidade de sua profissionalização, o que o leva a melhor compreender o sentido da tarefa social que realiza e, por isso mesmo, desenvolver não apenas um espírito de corpo, traduzido na associação, genericamente falando, e na sindicalização, mais especificamente, mas um sentimento de co-participação social, tarefa política (não partidária) das mais significativas.

Faça-se uma pergunta aos juízes do STF a quem compete agora julgar a questão, mais uma vez, questão que não deveria nem mais estar em discussão: eles gostariam, de ser mal informados?

Eles gostariam de não ter acesso a um conjunto de informações que, muitas vezes, são por eles buscadas até mesmo para bem decidirem sobre uma causa que lhes é apresentada através dos autos de um processo?

E eles gostariam de consultar uma fonte, sempre desconfiando dela?

Porque a responsabilidade do jornalista reside neste tensionamento que caracteriza o Jornalismo contemporâneo de nossa sociedade capitalista: transformada em objeto de consumo, traduzido enquanto um produto que é vendido, comercializado e industrializado, a notícia está muito mais dependente da responsabilidade do profissional da informação, que é o jornalista, do que da própria empresa jornalística que tem, nela, a necessidade do lucro.

Assim sendo, é da consciência aprofundada e conscientizada do jornalista quanto a seu trabalho, que depende a boa informação.

E tal posicionamento só se adquire nos bancos escolares, no debate aberto, no confronto de idéias, no debate sério e conseqüente que se desenvolve na faculdade.

Eis, em rápidos traços, alguns dos motivos pelos quais é fundamental que se continue a exigir a formação acadêmica para o jornalista profissional.

A academia não vai fazer um jornalista, mas vai, certamente, diminuir significativamente, a existência de maus profissionais que transformam a informação, traduzida na notícia, em simples mercadoria.

Danny Bueno

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