quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Crônicas de Rondônia (21/02) – Transposição para todos

Transposição para policiais já é realidade

Para quem duvidava, a notícia da vitória dos advogados rondoniense, aliados a uma banca de Brasília sobre a sentença, que já começou a ser cumprida pelo Governo Federal, com o enquadramento dos 1,2 mil policiais militares entre ativos, inativos e pensionistas, na folha da União, explodiu como uma bomba e provocou forte comoção em meio aos demais servidores do estado, que vivem a expectativa de serem igualmente beneficiados com a medida.

Ficaram animados com a perspectiva, pois a sentença é definitiva e, além de não ser mais possível a interposição de recursos, ainda cria jurisprudência capaz inclusive de justificar a ampliação do quadro de beneficiados com a transposição administrativa. Anunciada também, pelo advogado José Cleber Martins Viana, de uma vitória também no processo de mais 1,6 mil policiais militares contratados entre 87 e 91. E não estão errados ao imaginar que podem conseguir na Justiça o que na política não passou de um monumental engodo, especialmente da parte da presidente Dilma Roussef, que ficou só na promessa eleitoreira.

Novo Shopping na capital

Dessa vez parece que sai do esqueleto uma suntuosa obra paralisada há mais de 4 anos às margens da BR 364, conhecida como o shopping do Dênis Baú, presidente escorraçado da FIERO pela justiça sob suspeitas de fraude eleitoral e desvio de dinheiro público. É que esteve reunido na capital com o prefeito Mauro Nazif, o mega empresário, conhecido como o rei dos shoppings, da região central do Brasil, Carlos Amastha, que comprou o empreendimento do Baú e  pretende investir pra começar, a bagatela de 300 milhões em Porto Velho.

No meio da conversa

Intrigado com a história de que o prefeito Mauro Nazif teria disposto apenas de 900 mil reais para chegar a prefeitura na capital, o empresário milionário de Palmas/TO, que também é o prefeito eleito de lá (Palmas), esse mesmo que vem aqui investir 300 milhões no novo shopping aqui em Rondônia, admitiu que para alcançar a sua vitória teve que desembolsar 10 milhões de reais e estava convencido de que o nosso prefeito teria errado nas contas declaradas, mas, antes mesmo de exprimir os seus questionamentos, viu o prefeito Mauro tirar um caco de plástico jurássico de seu bolso, o qual ele chama de celular, e se conteve em aceitar pela força do desencargo de consciência.

Silêncio nas trincheiras petistas

Até o presente momento, antes do fechamento desta edição ninguém soube dizer quais foram os resultados da reunião ocorrida no diretório do PT na capital, em que seria decidido o futuro partidário ex-prefeito Roberto Sobrinho, apenas o mais absoluto silêncio reinou após o encerramento da reunião e muitos evitam revelar o que foi conversado dentro do recinto. Para grande maioria dos analista e jornalista político de Porto Velho, tudo vai como sempre acabar em pizza, pois o atual diretório é plenamente coordenado por Sobrinho e seus indicados, alguns chegam a ousadia de dizer que é mais fácil Sobrinho e seus pupilos expulsarem os revoltosos do que sair expulso pelos atuais acontecimentos de sua vida pública.

Para quem duvida

Segundo meu Amigo colunista Carlos Sperança, o nosso inesquecível ex-prefeito já começou a se articular para disputar uma vaga na Câmara Federal, provavelmente de Deputado Federal, ou quem sabe até mesmo de Senador. Apesar da piada de mal gosto, gostaria muito de rever o encontro de Roberto Sobrinho com algum integrante do CQC em Brasília, quem sabe lá ele explicaria por que não conseguiu entregar os viadutos da capital nos 10 dias prometidos…Rá rá, rá…

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Um Diploma ou um Sacerdócio?

Que respostas podemos dar à indagação sobre os motivos de se exigir que o profissional de Jornalismo seja formado por uma faculdade?

Digamos, desde logo, que a faculdade não vai "fazer" um jornalista. Ela não lhe dá técnica se não houver aptidão, que denominamos de vocação.

A questão é mais séria e mais conseqüente. A faculdade, além das técnicas de trabalho, permite ao aluno a experiência de uma reflexão teórica e, principalmente, ética.

Não achamos absurdo que um médico deva fazer uma faculdade. É que vamos a ele entregar o nosso corpo, se necessário, para que ele corte, interfira dentro de seu funcionamento, etc.

Contudo, por vezes discutimos se existe necessidade de faculdade para a formação do jornalista, e nos esquecemos que ele faz uma intervenção muito mais radical sobre a comunidade, porque ele interfere, com seus artigos, suas informações e suas opiniões, diretamente dentro de nosso cérebro.

Acho que, pelo aspecto de cotidianidade que assumiu o Jornalismo, a maioria das pessoas esquece que o Jornalismo não é uma prática natural.

O Jornalismo é uma prática cultural, que não reflete a realidade, mas cria realidades, as chamadas representações sociais que interferem diretamente na formulação de nossas imagens sobre a realidade, em nossos valores, em nossos costumes e nossos hábitos, em nossa maneira de ver o mundo e de nos relacionar com os demais.

A função do Jornalismo, assim, é, socialmente, uma função extremamente importante e, dada a sua cotidianidade, até mais importante que a da medicina, pois, se não estamos doentes, em geral não temos necessidade de um médico, mas nossa necessidade de Jornalismo é constante, faz parte de nossas ações mais simples e, ao mesmo tempo mais decisivas, precisamos conhecer o que pensam e fazem nossos governantes, para podermos decidir sobre as atividades de nossa empresa; ou devemos buscar no Jornalismo a informação a respeito do comportamento do tempo, nas próximas horas, para decidirmos como sair de casa, quando plantar, ou se manter determinada programação festiva.

Buscamos o Jornalismo para consultar sobre uma sessão de cinema, sobre farmácias abertas em um feriadão, mas também para conhecermos a opinião de determinadas lideranças públicas a respeito de determinado tema, etc.

Tudo isso envolve a tecnologia e a técnica, o nível das aptidões, capacidades e domínio de rotinas de produção de um resultado final, que é a notícia.

Mas há coisas mais importantes: um bom jornalista precisa ter uma ampla visão de mundo, um conjunto imenso de informações, uma determinada sensibilidade para os acontecimentos e, sobretudo, o sentimento de responsabilidade diante da tarefa que realiza, diretamente dirigida aos outros, mais do que a si mesmo.

Quando discuto com meus colegas a respeito da responsabilidade que eu, como profissional tenho, com minha formação, resumo tudo dizendo: não quero depender de um colega de profissão, "transformado" em "jornalista profissional", que eventualmente eu não tenha preparado corretamente para a sua função.

A faculdade nos ajuda, justamente, a capacitar o profissional quanto às conseqüências de suas ações.

Mais que isso, dá ao jornalista, a responsabilidade de sua profissionalização, o que o leva a melhor compreender o sentido da tarefa social que realiza e, por isso mesmo, desenvolver não apenas um espírito de corpo, traduzido na associação, genericamente falando, e na sindicalização, mais especificamente, mas um sentimento de co-participação social, tarefa política (não partidária) das mais significativas.

Faça-se uma pergunta aos juízes do STF a quem compete agora julgar a questão, mais uma vez, questão que não deveria nem mais estar em discussão: eles gostariam, de ser mal informados?

Eles gostariam de não ter acesso a um conjunto de informações que, muitas vezes, são por eles buscadas até mesmo para bem decidirem sobre uma causa que lhes é apresentada através dos autos de um processo?

E eles gostariam de consultar uma fonte, sempre desconfiando dela?

Porque a responsabilidade do jornalista reside neste tensionamento que caracteriza o Jornalismo contemporâneo de nossa sociedade capitalista: transformada em objeto de consumo, traduzido enquanto um produto que é vendido, comercializado e industrializado, a notícia está muito mais dependente da responsabilidade do profissional da informação, que é o jornalista, do que da própria empresa jornalística que tem, nela, a necessidade do lucro.

Assim sendo, é da consciência aprofundada e conscientizada do jornalista quanto a seu trabalho, que depende a boa informação.

E tal posicionamento só se adquire nos bancos escolares, no debate aberto, no confronto de idéias, no debate sério e conseqüente que se desenvolve na faculdade.

Eis, em rápidos traços, alguns dos motivos pelos quais é fundamental que se continue a exigir a formação acadêmica para o jornalista profissional.

A academia não vai fazer um jornalista, mas vai, certamente, diminuir significativamente, a existência de maus profissionais que transformam a informação, traduzida na notícia, em simples mercadoria.

Danny Bueno

_______________Arquivo vivo: