quarta-feira, 27 de março de 2013

Crônicas de Rondônia (28/03) - Banzeiros, exonerações e denúncias

A Semana

começou fervendo Porto Velho, pra começar mais um “Mirante” (Nome dados aos mais tradicionais restaurantes da Capital), às margens do Rio Madeira, foi interditado pela defesa civil da prefeitura ameaçados por desbarrancamentos provocados pelos banzeiros formados pelas águas do rio que tiveram se comportamento alterado pela construção das Usinas de Jirau e Santo Antônio.3 Mirantes que são condenados e estão fora de questão em atender o público e muito menos produzir renda aos seus proprietários.

A Responsabilidade é das Usinas

santo-antonioTanto Odebrecht (Santo Antônio( como a Camargo Corrêa (Jirau), construída próximo ao distrito de Jacy-Paraná que se transformou uma verdadeira zona livre de prostituição degradando todas as famílias que por lá residem, são as únicas responsáveis pelas incontáveis mazelas que estão se formando em torno de Porto Velho, e quem vai “pagar o pato” somos todos nós com o término das obras, prevista para o próximo ano, segundo nossas fontes, já deram início a programações de demissões massivas, cerca de 1500 funcionários estão sendo convidados ase retirar todo mês com um aumento progressivo de pessoas programado a cada bimestre. Nesse ritmo, o contingente de Jirau que é atualmente de cerca de 24 mil funcionários ficará reduzido a menos de mil pessoas em pouco mais de 12 meses, sendo que a para o funcionamento das máquinas e manutenção de toda usina não serão necessários nem 300 funcionários quando estiver em pleno funcionamento.

“O futuro a Deus pertence”

Esse deve ser o lema dos dirigentes das usinas, pois poderiam sim ter investido muito mais planejamento e doação de infraestrutura para os efeitos pós construção das barragens mas, tomados pela ganância, fizeram sempre o bom e velho jogo político para “convencer” os governantes de que não haveriam tantos prejuízos para a população a serem considerados, e o como toda história se repete, as nossas autoridades rapidinho “convencidas”, e negociaram a preciosa alma do povo por míseros tostões em que nada se vê aplicado.

700  comissionados na rua

Na manhã desta quarta feira (27/03), o Estado inteiro amanheceu mais triste, principalmente aqueles funcionários comissionados que tiveram seus nomes inscritos no quadro de contratados na Assembleia, mas, por lá nunca pisaram, ao saberem através da imprensa que estavam exonerados através de uma “cruel” canetada dada pelo presidente Hermínio Coelho no último dia 14 de Março.

A lista de Hermínio

Colegas jornalistas, empresários bem estabelecidos, ex-políticos, socialites,  amantes,  esposas e namoradas que são vistos em qualquer parte, menos  na Assembleia, integravam a extensa lista que com certeza já corre de mão em mão pelo Estado para descobrir-se quais eram os cargos e principalmente os salários que cada um abocanhavam na farra dos gabinetes. E depois ninguém sabe por que é que esse Estado não anda pra frente…

A Dama de Ferro

O governo mais uma vez conseguiu abafar o grito dos professores com um super esquema de blindagem em torno da atual Secretária de Educação, Izabel Luz, que compareceu a convocação dos deputados estaduais na Assembleia para responder a diversas denúncias de abusos e até envolvimento em conspirações de desaparecimento de propriedade pública, acompanhada por um batalhão do primeiro escalão e chefia do governador Confúcio Moura e diversos comissionados teleguiados que só pela cara já demonstravam que estavam ali com a corda no pescoço.

Acusações

Já o único representante dos professores do Estado, Francisco Xavier, autorizado a se pronunciar em plenário acusou a secretária em seu depoimento, de ter cuidado com alguns coordenadores de ensino, “que vieram bater palma para a senhora por causa das diárias, mas me citaram várias situações”, acrescentou. Ele lembrou que Confúcio, o filósofo, disse que os homens nascem próximos, mas a educação os separa.

Denúncias

Ele citou a escola Maria Celeste, em Guajará-Mirim. “A diretora é uma ditadora. Ela viajou e não é penalizada. Por que esses diretores estão aqui (na Assembléia)? É por medo. A senhora se diz formada em Educação Física. Os alunos viajam para jogar e não têm como descansar, voltam praticamente em pau de arara. Vamos mudar isso, secretária”, pediu.

Ele foi vaiado por servidores comissionados levados à Assembléia Legislativa pela Seduc em 63 carros oficiais, mas educadamente agradeceu as manifestações. O presidente da Assembleia Legislativa disse que ouvir a verdade dói. O deputado Kaká Mendonça pediu para que o professor faça as denúncias por escrito.

“Peço a vossa excelência que peça uma cópia do que eu disse ao serviço de taquigrafia. Os deputados estão aqui para fiscalizar, o meu papel é dar aula. Agradeço a paciência dos senhores deputados, que tiveram a sensibilidade de me ouvir”, afirmou. Hermínio Coelho disse a Kaká Mendonça que é difícil defender o governo.

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Um Diploma ou um Sacerdócio?

Que respostas podemos dar à indagação sobre os motivos de se exigir que o profissional de Jornalismo seja formado por uma faculdade?

Digamos, desde logo, que a faculdade não vai "fazer" um jornalista. Ela não lhe dá técnica se não houver aptidão, que denominamos de vocação.

A questão é mais séria e mais conseqüente. A faculdade, além das técnicas de trabalho, permite ao aluno a experiência de uma reflexão teórica e, principalmente, ética.

Não achamos absurdo que um médico deva fazer uma faculdade. É que vamos a ele entregar o nosso corpo, se necessário, para que ele corte, interfira dentro de seu funcionamento, etc.

Contudo, por vezes discutimos se existe necessidade de faculdade para a formação do jornalista, e nos esquecemos que ele faz uma intervenção muito mais radical sobre a comunidade, porque ele interfere, com seus artigos, suas informações e suas opiniões, diretamente dentro de nosso cérebro.

Acho que, pelo aspecto de cotidianidade que assumiu o Jornalismo, a maioria das pessoas esquece que o Jornalismo não é uma prática natural.

O Jornalismo é uma prática cultural, que não reflete a realidade, mas cria realidades, as chamadas representações sociais que interferem diretamente na formulação de nossas imagens sobre a realidade, em nossos valores, em nossos costumes e nossos hábitos, em nossa maneira de ver o mundo e de nos relacionar com os demais.

A função do Jornalismo, assim, é, socialmente, uma função extremamente importante e, dada a sua cotidianidade, até mais importante que a da medicina, pois, se não estamos doentes, em geral não temos necessidade de um médico, mas nossa necessidade de Jornalismo é constante, faz parte de nossas ações mais simples e, ao mesmo tempo mais decisivas, precisamos conhecer o que pensam e fazem nossos governantes, para podermos decidir sobre as atividades de nossa empresa; ou devemos buscar no Jornalismo a informação a respeito do comportamento do tempo, nas próximas horas, para decidirmos como sair de casa, quando plantar, ou se manter determinada programação festiva.

Buscamos o Jornalismo para consultar sobre uma sessão de cinema, sobre farmácias abertas em um feriadão, mas também para conhecermos a opinião de determinadas lideranças públicas a respeito de determinado tema, etc.

Tudo isso envolve a tecnologia e a técnica, o nível das aptidões, capacidades e domínio de rotinas de produção de um resultado final, que é a notícia.

Mas há coisas mais importantes: um bom jornalista precisa ter uma ampla visão de mundo, um conjunto imenso de informações, uma determinada sensibilidade para os acontecimentos e, sobretudo, o sentimento de responsabilidade diante da tarefa que realiza, diretamente dirigida aos outros, mais do que a si mesmo.

Quando discuto com meus colegas a respeito da responsabilidade que eu, como profissional tenho, com minha formação, resumo tudo dizendo: não quero depender de um colega de profissão, "transformado" em "jornalista profissional", que eventualmente eu não tenha preparado corretamente para a sua função.

A faculdade nos ajuda, justamente, a capacitar o profissional quanto às conseqüências de suas ações.

Mais que isso, dá ao jornalista, a responsabilidade de sua profissionalização, o que o leva a melhor compreender o sentido da tarefa social que realiza e, por isso mesmo, desenvolver não apenas um espírito de corpo, traduzido na associação, genericamente falando, e na sindicalização, mais especificamente, mas um sentimento de co-participação social, tarefa política (não partidária) das mais significativas.

Faça-se uma pergunta aos juízes do STF a quem compete agora julgar a questão, mais uma vez, questão que não deveria nem mais estar em discussão: eles gostariam, de ser mal informados?

Eles gostariam de não ter acesso a um conjunto de informações que, muitas vezes, são por eles buscadas até mesmo para bem decidirem sobre uma causa que lhes é apresentada através dos autos de um processo?

E eles gostariam de consultar uma fonte, sempre desconfiando dela?

Porque a responsabilidade do jornalista reside neste tensionamento que caracteriza o Jornalismo contemporâneo de nossa sociedade capitalista: transformada em objeto de consumo, traduzido enquanto um produto que é vendido, comercializado e industrializado, a notícia está muito mais dependente da responsabilidade do profissional da informação, que é o jornalista, do que da própria empresa jornalística que tem, nela, a necessidade do lucro.

Assim sendo, é da consciência aprofundada e conscientizada do jornalista quanto a seu trabalho, que depende a boa informação.

E tal posicionamento só se adquire nos bancos escolares, no debate aberto, no confronto de idéias, no debate sério e conseqüente que se desenvolve na faculdade.

Eis, em rápidos traços, alguns dos motivos pelos quais é fundamental que se continue a exigir a formação acadêmica para o jornalista profissional.

A academia não vai fazer um jornalista, mas vai, certamente, diminuir significativamente, a existência de maus profissionais que transformam a informação, traduzida na notícia, em simples mercadoria.

Danny Bueno

_______________Arquivo vivo: