terça-feira, 21 de abril de 2015

Você é tão responsável quanto aos que escolhe | Crônicas de Rondônia - 21/04

Cunha é o candidato

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, a despeito da linha independente, tem dito que não há base jurídica para impeachment de Dilma Rousseff porque ele é o candidato do PMDB ao Planalto em 2018, e uma instabilidade sócio-política atrapalha seu projeto.

Adeus às indicações para o STF

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, confirma que vai colocar em votação de segundo turno a PEC da Bengala neste semestre. ‘Só estou esperando passar a pauta pesada, de discussão da terceirização e do pacote fiscal, e logo em seguida vamos votar. Acho que passa’. Ele avisou pessoalmente à presidente Dilma no jantar de quinta no Alvorada.
Longe à Bessa
Depois de uma passagem importante e ao mesmo tempo com questões polêmicas (como a Operação Apocalipse), o delegado Marcelo Bessa concorreu a uma cadeira na Câmara Federal, por Rondônia e não conseguiu se eleger. Mudou-se do Estado, passou alguns meses no nordeste e, na semana passada, saiu sua nomeação para a Polícia Federal de Criciúma, uma das principais cidades do interior de Santa Catarina, distante cerca de 190 quilômetros da Capital, Florianópolis. Bessa é policial federal e, ao que parece, não tem planos de voltar a Rondônia. (Sérgio Pires).
Você é tão responsável quanto aos que escolhe
Em tempos de mensalão, petrolão, licitações viciadas do metrô, trensalão, Carf, HSBC e tantas outras falcatruas cleptocratas das bandas podres das classes dominantes (= donos do poder econômico, financeiro, político e administrativo), ainda que seja patético, oportuno se faz recordar que é na honra e na exemplaridade onde reside nossa missão cívica. Todos podemos ser pessoas honradas ou canalhas: é uma questão de escolha.
Há muitas empresas e partidos políticos que gastam milhões tentando "vender" uma boa imagem, rica de valores louváveis. Mas quem não incorpora os valores anunciados nas suas ações práticas cai em descrédito. As bandas podres do mundo do mercado capitalista cartelizado bem como os partidos e os políticos que não pensam em outra coisa que não seja o dinheiro e o poder estão com sua reputação na lona. São exemplos de mau-caráter, de desfaçatez e de cinismo.
Faça suas escolhas (na sua empresa, na sua vida política etc.): ser honrado ou ser um canalha? Tudo depende dos valores que você queira defender. Mas não basta escolher os valores. É indispensável que eles sejam incorporados em suas ações. Promessas sem ações são tão inférteis como um monge virtuoso. Não são os discursos que predicam, sim, as ações. Se você não coloca seus valores em prática, não pode esperar que os outros façam isso. 

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Um Diploma ou um Sacerdócio?

Que respostas podemos dar à indagação sobre os motivos de se exigir que o profissional de Jornalismo seja formado por uma faculdade?

Digamos, desde logo, que a faculdade não vai "fazer" um jornalista. Ela não lhe dá técnica se não houver aptidão, que denominamos de vocação.

A questão é mais séria e mais conseqüente. A faculdade, além das técnicas de trabalho, permite ao aluno a experiência de uma reflexão teórica e, principalmente, ética.

Não achamos absurdo que um médico deva fazer uma faculdade. É que vamos a ele entregar o nosso corpo, se necessário, para que ele corte, interfira dentro de seu funcionamento, etc.

Contudo, por vezes discutimos se existe necessidade de faculdade para a formação do jornalista, e nos esquecemos que ele faz uma intervenção muito mais radical sobre a comunidade, porque ele interfere, com seus artigos, suas informações e suas opiniões, diretamente dentro de nosso cérebro.

Acho que, pelo aspecto de cotidianidade que assumiu o Jornalismo, a maioria das pessoas esquece que o Jornalismo não é uma prática natural.

O Jornalismo é uma prática cultural, que não reflete a realidade, mas cria realidades, as chamadas representações sociais que interferem diretamente na formulação de nossas imagens sobre a realidade, em nossos valores, em nossos costumes e nossos hábitos, em nossa maneira de ver o mundo e de nos relacionar com os demais.

A função do Jornalismo, assim, é, socialmente, uma função extremamente importante e, dada a sua cotidianidade, até mais importante que a da medicina, pois, se não estamos doentes, em geral não temos necessidade de um médico, mas nossa necessidade de Jornalismo é constante, faz parte de nossas ações mais simples e, ao mesmo tempo mais decisivas, precisamos conhecer o que pensam e fazem nossos governantes, para podermos decidir sobre as atividades de nossa empresa; ou devemos buscar no Jornalismo a informação a respeito do comportamento do tempo, nas próximas horas, para decidirmos como sair de casa, quando plantar, ou se manter determinada programação festiva.

Buscamos o Jornalismo para consultar sobre uma sessão de cinema, sobre farmácias abertas em um feriadão, mas também para conhecermos a opinião de determinadas lideranças públicas a respeito de determinado tema, etc.

Tudo isso envolve a tecnologia e a técnica, o nível das aptidões, capacidades e domínio de rotinas de produção de um resultado final, que é a notícia.

Mas há coisas mais importantes: um bom jornalista precisa ter uma ampla visão de mundo, um conjunto imenso de informações, uma determinada sensibilidade para os acontecimentos e, sobretudo, o sentimento de responsabilidade diante da tarefa que realiza, diretamente dirigida aos outros, mais do que a si mesmo.

Quando discuto com meus colegas a respeito da responsabilidade que eu, como profissional tenho, com minha formação, resumo tudo dizendo: não quero depender de um colega de profissão, "transformado" em "jornalista profissional", que eventualmente eu não tenha preparado corretamente para a sua função.

A faculdade nos ajuda, justamente, a capacitar o profissional quanto às conseqüências de suas ações.

Mais que isso, dá ao jornalista, a responsabilidade de sua profissionalização, o que o leva a melhor compreender o sentido da tarefa social que realiza e, por isso mesmo, desenvolver não apenas um espírito de corpo, traduzido na associação, genericamente falando, e na sindicalização, mais especificamente, mas um sentimento de co-participação social, tarefa política (não partidária) das mais significativas.

Faça-se uma pergunta aos juízes do STF a quem compete agora julgar a questão, mais uma vez, questão que não deveria nem mais estar em discussão: eles gostariam, de ser mal informados?

Eles gostariam de não ter acesso a um conjunto de informações que, muitas vezes, são por eles buscadas até mesmo para bem decidirem sobre uma causa que lhes é apresentada através dos autos de um processo?

E eles gostariam de consultar uma fonte, sempre desconfiando dela?

Porque a responsabilidade do jornalista reside neste tensionamento que caracteriza o Jornalismo contemporâneo de nossa sociedade capitalista: transformada em objeto de consumo, traduzido enquanto um produto que é vendido, comercializado e industrializado, a notícia está muito mais dependente da responsabilidade do profissional da informação, que é o jornalista, do que da própria empresa jornalística que tem, nela, a necessidade do lucro.

Assim sendo, é da consciência aprofundada e conscientizada do jornalista quanto a seu trabalho, que depende a boa informação.

E tal posicionamento só se adquire nos bancos escolares, no debate aberto, no confronto de idéias, no debate sério e conseqüente que se desenvolve na faculdade.

Eis, em rápidos traços, alguns dos motivos pelos quais é fundamental que se continue a exigir a formação acadêmica para o jornalista profissional.

A academia não vai fazer um jornalista, mas vai, certamente, diminuir significativamente, a existência de maus profissionais que transformam a informação, traduzida na notícia, em simples mercadoria.

Danny Bueno

_______________Arquivo vivo: