terça-feira, 26 de abril de 2016

COROA DIVIDIDA - MISS RONDÔNIA 2016 termina em barraco e acusações de f...

O sonho de ser Miss ou Mister e representar um estado foi abafado pelo tumulto que aconteceu assim que foi revelada a vencedora do concurso que aconteceu no sábado, 23, em Cacoal.

O evento organizado pela Agência Felicittá, com sede em Rolim de Moura, teve muitos atropelos e confusões durante o cerimonial, mas a maior confusão se formou quando foi anunciada a vencedora do Miss Rondônia Mundo Oficial 2016. Ao mesmo exemplo do ocorrido no Miss Universo 2015, em Las Vegas, quando o apresentador trocou o nome da vencedora, em Cacoal a representante de Ji-Paraná, Letícia Cappatto, chegou a ser coroada e ovacionada pela torcida.

 No mesmo instante, a responsável pelo evento e proprietária da agência Felicittá, Gleice Leite, entrou no palco e retirou a coroa e após isso a organização passou para a representante de Cacoal, Karliany Barbosa.

Após este embaraçoso momento alguns participantes do evento se dirigiram a Gleice que se trancou no camarim. Uma das competidoras do concurso alegou que o resultado seria uma suposta fraude. Jorcelaine Nunes, 21 anos, alegou que por volta das 19h05 na rede social Whatsapp, algumas pessoas já sabiam quem seria a vencedora, e ainda mostrou um print de tela com o relato de uma pessoa que teve acesso a informação de forma antecipada.

 “O primeiro desfile da Miss Rondônia Mundo Oficial 2016 aconteceu às 23h00, mas as 19h05 recebi esta informação de que já se tinha uma vencedora e ainda este print de tela”, afirmou Jorcelaine. 

A confusão da organização do evento levantou muitos protestos e apoio as candidatas nas redes sociais. 

Um dos jurados que avaliaram todos os candidatos expressou sua opinião sobre os fatos. Ezequiel Pereira, apresentador de TV em Cacoal, deixou um desabafo nas redes sociais. De acordo com seu relato ele estranha não haver uma auditoria sobre os votos.

INVESTIMENTO PESADO EM TEMPOS DE CRISE

De acordo com a competidora Jorcelaine Nunes, os valores cobrados para a participação é um ponto considerável. O valor pago por cada participante é de R$1.500,00 a título de inscrição no concurso. “Ainda nos foi cobrado o valor de R$300,00 para pagar a maquiagem e cabelereiro indicados pela agência. 

Me neguei a pagar pois tinha os meus e achei este valor muito absurdo por uma maquiagem e cabelo de pessoas que nem conhecíamos o trabalho antes. 
A Gleice nos disse que seriamos maquiadas e nosso cabelo seria feito no local do evento e que este valor iria garantir isso. As meninas acabaram tendo de conseguir carona para ir até a cidade pois a cabelereira só podia atender na cidade e tudo isso foi muito corrido”, afirmou Jorcelaine.

Outro ponto é a obrigação que as candidatas têm em vender mesas/ingressos para o evento. “Cada uma tinha que vender quatro mesas no mínimo no valor de R$150,00 cada. Mas como a torcida valia muito como critério de desempate nos dedicamos muito para vender. Eu vendi 10 mesas, o que totalizou R$1.500,00, ou seja, tive de pagar R$3.000,00 para participar fora a maquiagem e cabelo”, afirmou a candidata e apresentou o comprovante de pagamento da inscrição no dia 18/04. 
“O valor das mesas eu paguei em mãos da Gleice”, disse a candidata.

Sobre este fato a Felicittá emitiu uma nota nas redes sociais.

NOTA OFICIAL DA AGÊNCIA:

Comunicamos a todos os nossos clientes da AGÊNCIA FELICCITÁ, que informações infundadas estão sendo publicadas na internet referentes a nossa organização.

A Empresa obteve essas informações no final da tarde deste domingo (24.04.16) e após o conhecimento reuniu sua equipe de analistas para verificar o que estava ocorrendo.

Informamos ainda que todas as medidas judiciais cabíveis estão sendo tomadas, inclusive o acionamento da Polícia Judiciaria, por se tratar de crime envolvendo menores de idade.

Estamos verificando ainda, mas há a possibilidade de estas informações terem sido originadas por pessoas maliciosas, que buscam a todo momento denigrir a imagem desta empresa, construída ao longo de 06 anos, onde trabalhamos mediante a mais absoluta transparência com os nossos clientes.

Lamentamos o fato de existirem profissionais antiéticos e com má índole, que necessitam difamar seus concorrentes para tentar se colocar no mercado. Essa não é uma postura que contribui para o bom desenvolvimento do país. Informamos que nosso departamento jurídico já está reunindo provas para tomar as medidas judiciais cabíveis.

Tranquilizamos os clientes, familiares, apoiadores da empresa FELICCITÁ e demais categorias.

Para maiores informações entre em contato com nossa equipe, que estará prontamente disponível para lhes atender.

Assessoria de Comunicação

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Um Diploma ou um Sacerdócio?

Que respostas podemos dar à indagação sobre os motivos de se exigir que o profissional de Jornalismo seja formado por uma faculdade?

Digamos, desde logo, que a faculdade não vai "fazer" um jornalista. Ela não lhe dá técnica se não houver aptidão, que denominamos de vocação.

A questão é mais séria e mais conseqüente. A faculdade, além das técnicas de trabalho, permite ao aluno a experiência de uma reflexão teórica e, principalmente, ética.

Não achamos absurdo que um médico deva fazer uma faculdade. É que vamos a ele entregar o nosso corpo, se necessário, para que ele corte, interfira dentro de seu funcionamento, etc.

Contudo, por vezes discutimos se existe necessidade de faculdade para a formação do jornalista, e nos esquecemos que ele faz uma intervenção muito mais radical sobre a comunidade, porque ele interfere, com seus artigos, suas informações e suas opiniões, diretamente dentro de nosso cérebro.

Acho que, pelo aspecto de cotidianidade que assumiu o Jornalismo, a maioria das pessoas esquece que o Jornalismo não é uma prática natural.

O Jornalismo é uma prática cultural, que não reflete a realidade, mas cria realidades, as chamadas representações sociais que interferem diretamente na formulação de nossas imagens sobre a realidade, em nossos valores, em nossos costumes e nossos hábitos, em nossa maneira de ver o mundo e de nos relacionar com os demais.

A função do Jornalismo, assim, é, socialmente, uma função extremamente importante e, dada a sua cotidianidade, até mais importante que a da medicina, pois, se não estamos doentes, em geral não temos necessidade de um médico, mas nossa necessidade de Jornalismo é constante, faz parte de nossas ações mais simples e, ao mesmo tempo mais decisivas, precisamos conhecer o que pensam e fazem nossos governantes, para podermos decidir sobre as atividades de nossa empresa; ou devemos buscar no Jornalismo a informação a respeito do comportamento do tempo, nas próximas horas, para decidirmos como sair de casa, quando plantar, ou se manter determinada programação festiva.

Buscamos o Jornalismo para consultar sobre uma sessão de cinema, sobre farmácias abertas em um feriadão, mas também para conhecermos a opinião de determinadas lideranças públicas a respeito de determinado tema, etc.

Tudo isso envolve a tecnologia e a técnica, o nível das aptidões, capacidades e domínio de rotinas de produção de um resultado final, que é a notícia.

Mas há coisas mais importantes: um bom jornalista precisa ter uma ampla visão de mundo, um conjunto imenso de informações, uma determinada sensibilidade para os acontecimentos e, sobretudo, o sentimento de responsabilidade diante da tarefa que realiza, diretamente dirigida aos outros, mais do que a si mesmo.

Quando discuto com meus colegas a respeito da responsabilidade que eu, como profissional tenho, com minha formação, resumo tudo dizendo: não quero depender de um colega de profissão, "transformado" em "jornalista profissional", que eventualmente eu não tenha preparado corretamente para a sua função.

A faculdade nos ajuda, justamente, a capacitar o profissional quanto às conseqüências de suas ações.

Mais que isso, dá ao jornalista, a responsabilidade de sua profissionalização, o que o leva a melhor compreender o sentido da tarefa social que realiza e, por isso mesmo, desenvolver não apenas um espírito de corpo, traduzido na associação, genericamente falando, e na sindicalização, mais especificamente, mas um sentimento de co-participação social, tarefa política (não partidária) das mais significativas.

Faça-se uma pergunta aos juízes do STF a quem compete agora julgar a questão, mais uma vez, questão que não deveria nem mais estar em discussão: eles gostariam, de ser mal informados?

Eles gostariam de não ter acesso a um conjunto de informações que, muitas vezes, são por eles buscadas até mesmo para bem decidirem sobre uma causa que lhes é apresentada através dos autos de um processo?

E eles gostariam de consultar uma fonte, sempre desconfiando dela?

Porque a responsabilidade do jornalista reside neste tensionamento que caracteriza o Jornalismo contemporâneo de nossa sociedade capitalista: transformada em objeto de consumo, traduzido enquanto um produto que é vendido, comercializado e industrializado, a notícia está muito mais dependente da responsabilidade do profissional da informação, que é o jornalista, do que da própria empresa jornalística que tem, nela, a necessidade do lucro.

Assim sendo, é da consciência aprofundada e conscientizada do jornalista quanto a seu trabalho, que depende a boa informação.

E tal posicionamento só se adquire nos bancos escolares, no debate aberto, no confronto de idéias, no debate sério e conseqüente que se desenvolve na faculdade.

Eis, em rápidos traços, alguns dos motivos pelos quais é fundamental que se continue a exigir a formação acadêmica para o jornalista profissional.

A academia não vai fazer um jornalista, mas vai, certamente, diminuir significativamente, a existência de maus profissionais que transformam a informação, traduzida na notícia, em simples mercadoria.

Danny Bueno

_______________Arquivo vivo: