sábado, 17 de setembro de 2016

Secretário Municipal de Saúde acusa o Estado pela insegurança generaliza...

Secretário Municipal de Saúde acusa o Estado pela insegurança generalizada na capital de Rondônia.

Revoltado com os constante assaltos nas unidades de saúde do município de Porto Velho, o secretário municipal de sáude, Domingos Sávio, concedeu entrevista à uma emissora de televisão declarando abertamente a precariedade com que o Estado tem tratado a questão e destacando a falta providências por parte do governo estadual que não tem, segundo ele, "cumprido a sua obrigação constitucional", através da Polícia militar do Estado de Rondônia e com isso contribuindo para que continue se agravando um quadro caótico na segurança pública.

Apesar de compreender as dificuldades apresentadas pela corporação da Polícia Militar, o secretário foi duro em suas declarações e literalmente jogou toda responsabilidade pela falta de segurança nas Unidades de Saúde do município e as duas Unidades de Pronto Atendimento - UPAs, nas costa do governo Estadual, e citou uma "reunião" realizada com o comando da Polícia Militar, a qual alegou às autoridades municipais que as razões que 
promovem a insegurança pública no Estado seria a falta de contingente efetivo de policiais que hoje detém um número de apenas 4 mil policiais disponíveis em todo Estado para promover a segurança, mas que, segundo o estado, esse contingente deveria ser de no mínimo o dobro, 8 mil policiais, para satisfazer as diligências necessárias que aplacariam a grande onda de violência que vem se instalando em todos as cidades de Rondônia.

Na lista das Unidades de Saúde e UPAs assaltadas por marginais na capital de Rondônia nos últimos 60 dias, o secretário listou as unidades de Terra Santa, a Unidade móvel do SAMU, as 2 UPAs e por fim a Unidade do Caladinho, na última segunda feira (12/09), onde os bandidos renderam os vigilantes, que tiveram suas armas levadas, assaltaram as pessoas que ali estavam para serem atendidas e hostilizaram os servidores.

Ainda segundo o secretário Domingos Sávio, além das unidades e UPAs citadas, cerca de 40% das unidades de saúde, dos cerca de 82 postos de saúde do município, já passaram pelo triste drama de serem assaltadas com objetos levados e em alguns casos pacientes, servidores e vigilantes são violentamente ameaçadas e agredidas pelos marginais.


Pra piorar ainda mais a situação da Unidade de Saúde, no bairro Caladinho, assaltado na última segunda feira, o governo do Estado ordenou a desativação da Base de Operações da Polícia Militar que ali operava, ao lado do posto de Saúde, agravando ainda mais as atividades criminosas que já existia na região.


Para exemplificar a "fragilidade da Polícia Militar", nas palavras do secretário, ele lembrou que a única solução apresentada pela polícia foi "passar uma ou duas vezes por dia lá nas unidades", revelando assim a mais completa falta de condições logísticas  e financeira do Estado em ampliar o nível de segurança.

O secretário fez questão ainda de lembrar em suas palavras, dos impostos pagos pelos munícipes e frisou que, apesar das dificuldades apresentadas: "é extremamente importante que o governo do Estado faça a sua parte", para só assim trazer tranquilidade a toda população de Rondônia.

Pra concluir, o secretário destacou que não são apenas os órgãos públicos que estão expostos a tanta violência, mas, a sociedade em geral que para ele, "não estão mais seguras em lugar nenhum, nem nas unidades, nem nas rua e nem nas nossas casas", e fez uso do microfone da emissora para enviar um recado direto aos assaltantes que vem atuando contra as unidades de saúde, lembrando que eles também fazem parte da comunidade, assim como seus familiares e a própria mãe deles pode a qualquer momento ter uma crise de hipertensão e vir a precisar do atendimento médico oferecido pelas unidades de saúde, e aí talvez a unidade de saúde talvez não venha a atende-la como deveria, em razão dos prejuízos causados pelos constantes assaltos, ao que disparou indignado a inconformada declaração: "então seu vagabundo procure outro lugar pra roubar, vai roubar em outro lugar.. cê não tem vergonha na sua cara de roubar uma unidade de saúde não rapaz".




Nenhum comentário:

Pesquisar matérias no Blog

Um Diploma ou um Sacerdócio?

Que respostas podemos dar à indagação sobre os motivos de se exigir que o profissional de Jornalismo seja formado por uma faculdade?

Digamos, desde logo, que a faculdade não vai "fazer" um jornalista. Ela não lhe dá técnica se não houver aptidão, que denominamos de vocação.

A questão é mais séria e mais conseqüente. A faculdade, além das técnicas de trabalho, permite ao aluno a experiência de uma reflexão teórica e, principalmente, ética.

Não achamos absurdo que um médico deva fazer uma faculdade. É que vamos a ele entregar o nosso corpo, se necessário, para que ele corte, interfira dentro de seu funcionamento, etc.

Contudo, por vezes discutimos se existe necessidade de faculdade para a formação do jornalista, e nos esquecemos que ele faz uma intervenção muito mais radical sobre a comunidade, porque ele interfere, com seus artigos, suas informações e suas opiniões, diretamente dentro de nosso cérebro.

Acho que, pelo aspecto de cotidianidade que assumiu o Jornalismo, a maioria das pessoas esquece que o Jornalismo não é uma prática natural.

O Jornalismo é uma prática cultural, que não reflete a realidade, mas cria realidades, as chamadas representações sociais que interferem diretamente na formulação de nossas imagens sobre a realidade, em nossos valores, em nossos costumes e nossos hábitos, em nossa maneira de ver o mundo e de nos relacionar com os demais.

A função do Jornalismo, assim, é, socialmente, uma função extremamente importante e, dada a sua cotidianidade, até mais importante que a da medicina, pois, se não estamos doentes, em geral não temos necessidade de um médico, mas nossa necessidade de Jornalismo é constante, faz parte de nossas ações mais simples e, ao mesmo tempo mais decisivas, precisamos conhecer o que pensam e fazem nossos governantes, para podermos decidir sobre as atividades de nossa empresa; ou devemos buscar no Jornalismo a informação a respeito do comportamento do tempo, nas próximas horas, para decidirmos como sair de casa, quando plantar, ou se manter determinada programação festiva.

Buscamos o Jornalismo para consultar sobre uma sessão de cinema, sobre farmácias abertas em um feriadão, mas também para conhecermos a opinião de determinadas lideranças públicas a respeito de determinado tema, etc.

Tudo isso envolve a tecnologia e a técnica, o nível das aptidões, capacidades e domínio de rotinas de produção de um resultado final, que é a notícia.

Mas há coisas mais importantes: um bom jornalista precisa ter uma ampla visão de mundo, um conjunto imenso de informações, uma determinada sensibilidade para os acontecimentos e, sobretudo, o sentimento de responsabilidade diante da tarefa que realiza, diretamente dirigida aos outros, mais do que a si mesmo.

Quando discuto com meus colegas a respeito da responsabilidade que eu, como profissional tenho, com minha formação, resumo tudo dizendo: não quero depender de um colega de profissão, "transformado" em "jornalista profissional", que eventualmente eu não tenha preparado corretamente para a sua função.

A faculdade nos ajuda, justamente, a capacitar o profissional quanto às conseqüências de suas ações.

Mais que isso, dá ao jornalista, a responsabilidade de sua profissionalização, o que o leva a melhor compreender o sentido da tarefa social que realiza e, por isso mesmo, desenvolver não apenas um espírito de corpo, traduzido na associação, genericamente falando, e na sindicalização, mais especificamente, mas um sentimento de co-participação social, tarefa política (não partidária) das mais significativas.

Faça-se uma pergunta aos juízes do STF a quem compete agora julgar a questão, mais uma vez, questão que não deveria nem mais estar em discussão: eles gostariam, de ser mal informados?

Eles gostariam de não ter acesso a um conjunto de informações que, muitas vezes, são por eles buscadas até mesmo para bem decidirem sobre uma causa que lhes é apresentada através dos autos de um processo?

E eles gostariam de consultar uma fonte, sempre desconfiando dela?

Porque a responsabilidade do jornalista reside neste tensionamento que caracteriza o Jornalismo contemporâneo de nossa sociedade capitalista: transformada em objeto de consumo, traduzido enquanto um produto que é vendido, comercializado e industrializado, a notícia está muito mais dependente da responsabilidade do profissional da informação, que é o jornalista, do que da própria empresa jornalística que tem, nela, a necessidade do lucro.

Assim sendo, é da consciência aprofundada e conscientizada do jornalista quanto a seu trabalho, que depende a boa informação.

E tal posicionamento só se adquire nos bancos escolares, no debate aberto, no confronto de idéias, no debate sério e conseqüente que se desenvolve na faculdade.

Eis, em rápidos traços, alguns dos motivos pelos quais é fundamental que se continue a exigir a formação acadêmica para o jornalista profissional.

A academia não vai fazer um jornalista, mas vai, certamente, diminuir significativamente, a existência de maus profissionais que transformam a informação, traduzida na notícia, em simples mercadoria.

Danny Bueno

_______________Arquivo vivo: