quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Sessão de Descarrego:


Pai Arnápio, primeiramente o senhor tem que curar a "cogestão" do "demoneo" que traz o marido de volta, senão ele vai deixar de ser corno.


Essa ai foi uma facada da esposa no uso do cartão de crédito e, logo depois ela com certeza se arrependeu e devolveu o dinheiro pra igreja que eles dirigem.


Com uma cara desta esqueceram que ele deve ser um ex-telionatário de primeira.


Só mesmo um cão perdido pra ir se consultar com um charlatão desses.


Bom, pelo menos bronquite, coluna e levanta a moral eu sei que ele não errou, o resto, acho que nem o telefone escapa.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Artigo: A imprensa marginalizada e a justiça de cristal

A cada dia que passa me convenço que é quase improvável que algum dia a justiça e a imprensa andem finalmente lado a lado na manutenção dos interesses da sociedade, enquanto uma confronta abertamente os problemas sociais e desnuda a realidade nua e crua a todo o momento, a justiça, cega por concepção, em vários casos, vira as costas para o papel destemido e muitas vezes até mesmo suicida da imprensa.

Seria tão mais fácil se os nossos ilustríssimos juristas de todo país bebessem da fonte dos trucidantes telefonemas, cartas e emails das fontes, e que houvesse um canal direto de comunicação que pudesse ajustar as duas funções em um só objetivo, impedir prováveis despautérios sociais, que quase sempre são anunciados, mas só combatidos quando já é tarde demais.

Não raro, muitas vezes, alguns promotores se omitem por confiar não nas palavras descritas nas matérias compostas com todo esmero por profissionais comprometidos com a verdade, antes preferem aguardar maiores acontecimentos para só então, sob o julgo da pressão popular arregaçar as mangas em prol do bem maior.

Não raro é, ver a credibilidade de um profissional da comunicação ser questionada até mesmo por aqueles que deveriam estar fazendo o trabalho pesado que o comunicador entregou de mãos beijadas, se possível fosse, tais profissionais seriam seriamente atirados ao desconsolo e a decepção depressiva de que a justiça não existe.

Mas, tais homens não são forjados na mesma cerne dos juristas de aluguel, mas são temperados com o escaldante sol que arde ao meio dia, quando um corrupto se encontra com seus comparsas para lesar mais uma comunidade ou são resfriados com os frios olhares dos capangas que precisam apenas de um deslize para executar para chegar as vias de fato em nome da “honra” do patrão.

Eu sei que sou um sonhador, e nunca tive dúvidas disso, pois vivo a todo momento percebendo os sorrisinhos de sarcasmo, os olhares mensageiros e meias palavras soltas pelos corredores do poder, em todas as instâncias, sei também que milhares de colegas já jogaram a toalha e renderam-se aos gordos convites de uma vida sem processos, ou seja em “paz” com os poderosos.

Sei também que muitos deles tentarão me taxar com termos piegas, pois já se encontram sedados pela desmotivação, mas no fundo somos todos iguais na essência de nossa infância profissional, quando tínhamos apenas um objetivo maior, salvar vidas através da escrita.

Mas, todos os dias quando acordo, faço questão de ir ao quarto dos meus filhos, mesmo os que estão distantes (vou em pensamento), e ao assistir aquele sono de sonhos, sem consciência da vida real que lá fora corre como uma locomotiva desgovernada, me revigoro e decido mais uma vez assumir, enquanto eles existirem, o papel de guardião de suas vidas e não consigo pensar em outra forma de cumprir o meu papel sem exercer a minha profissão com a devida ética e competência que esse sacerdócio (o jornalismo) exige.

Sei lá, a vida é uma grande ilusão, mas tenho a certeza que muitos pais fazem pelos seus filhos o que eu faço pelos meus.

Aécio Neves: notícia de agressão à namorada é calúnia



Começou. A possível primeira vítima da internet, nesta pré-campanha, acaba de ser alvejada. Circula desde ontem com força avassaladora pela blogosfera, pelo twitter e pelas demais ramificações da rede a notícia de que o governador Aécio Neves, de Minas, teria empurrado e dado um tapa na namorada, Letícia, em uma festa no Rio. A moça nega com veemência a história. Teria apenas levado um tombo, depois de engatar o salto numa fresta do deck.

Em menos de 24 horas, não há desmentido que interrompa a corrente veritiginosa da notícia, seja ela falsa ou verdadeira. Assessores do governador declaram que se trata de uma calúnia. E afirmam em nota: “A Assessoria de Imprensa lamenta a reprodução de falsas e graves afirmações sem o cumprimento da prática jornalística de ouvir o outro lado, transformando-as, assim, de mera especulação em ataque à reputação e imagem do governador de Minas Gerais”.

Aécio, solteiro, 49 anos, namora Letícia há dois anos e não abre mão da sua condição de “homem de seu tempo”, como afirma. Frequenta festas, e circula com desenvoltura na esfera social. O episódio o atinge numa peculiaridade: não tem um casamento de 20 anos para exibir no meio político. Aos ultra-conservadores, a solteirice do governador não inspira confiança.

A história é exemplar no que diz respeito ao poder da internet. A liberdade na rede é inerente a este instrumento, que vem revolucionando a rotina da sociedade. Mas o prejuízo a reputações por ela provocado tem consequências ainda imprevisíveis. E nesta campanha eleitoral não será diferente.

A história, ainda que venha a ser reduzida a boato de internet, ou a noticiário não comprovado, pode provocar prejuízo grave para o governador tucano, que disputa com Serra a preferência pela candidatura à Presidência da República. Se responder diretamente a ela, Aécio dará visibilidade a um fato altamente negativo. Se deixá-la sem resposta, o episódio ganhará a força das lendas digitais. Que sirva de aviso aos navegantes: a internet é incontrolável e pode ser devastadora. Se você não pode com ela, não arrisque.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Brasil eleva sua posição no ranking dos países que praticam a liberdade de imprensa, mas ainda está muito longe de ser considerado um país civilizado.


A entidade internacional RSF - Reporteres Sem Fronteiras, de origem francesa, divulgou a lista com a classificação mundial dos países que mais praticam a liberdade de imprensa em todos os sentidos democráticos e civis, tendo a Finlândia e Dinamarca como as primeiríssimas colocadas, entre os mais de 175 países monitorados pela entidade, sem excluir mesmo aqueles que são considerados os mais arriscados para os profissionais da imprensa, como o Irã (172º), China (168º) e a Coréia do Norte (164º), que ocupam há anos as últimas colocações na classificação, tendo o inincontrável Eritréia (175º)com a última posição.

Apesar de ter subido em onze posições, de 82 em 2008, para 71 em 2009, o Brasil, que tem se destacado no campo econômico mundial e acena com ares de país mais emergente do continente americano, ainda assim ocupa uma posição vergonhosa e digna de muitos protestos por parte do meio da comunicação, pois fica bem atrás de países bem mais subdesenvolvidos dentro e fora das Américas como A Sérvia (64º), o Líbano (61º), o Paraguai (54º) e ainda tem que amargar a colocação da Argentina que nesse terreno superou em goleada os avanços de "nuestros hermanos" subindo da 68º colocação em 2008, para a 47º em 2009.

A classificação mundial ainda destaca que os Estados Unidos são a grande revelação após a ascensão de Barak Obama à presidência, declarando que: "Em um ano, os E.U. subiu 16 postos de 36 ° a 20 º. A chegada do novo presidente, Barack Obama e atitude menos belicoso do que seu antecessor em direção a imprensa tem muito a ver com isso".

Mas essa ascensão rápida diz apenas respeito ao estado de liberdade de imprensa no território americano. Enquanto Barack Obama ganhou o Prêmio Nobel da Paz, o seu país ainda envolvidos em duas guerras. Apesar de uma ligeira melhoria da situação, a atitude E.U. em relação à mídia no Iraque e no Afeganistão é preocupante. Vários jornalistas foram feridos ou detidos pelos militares E.U.. Um deles, Ibrahim Jassam, permanece detido no Iraque.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Suplicy: o Homem Cueca


O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) virou alvo de críticas de deputados e senadores por ter desfilado pelos corredores do Senado trajando uma cueca vermelha por cima do terno na última quarta-feira.

Na avaliação de parlamentares, o ato do petista é "censurável" e prejudica a imagem do Congresso.

O presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), afirmou que o episódio representa quebra de decoro parlamentar. Maia disse, no entanto, que o partido não vai tomar nenhuma medida contra Suplicy.

"Avacalhar o Senado para ter visibilidade em um programa de televisão não é aceitável. Isso só prejudica a imagem do Congresso e favorece às críticas ao Parlamento", disse.

Na avaliação do líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN), o fato constrange os políticos.

"Foi uma atitude pouco recomendada para qualquer senador. Acho que foi um episódio descartável e principalmente censurável, mas não a ponto de justificar a perda de um mandato, até pela história que o senador Suplicy tem no Senado", afirmou.

Uma cena semelhante à protagonizada por Suplicy ocorreu em 1946 e acabou com a cassação do mandato do deputado Edmundo Barreto Pinto.

Ele se deixou fotografar por Jean Manzon para reportagem na revista "O Cruzeiro" vestindo apenas um fraque e uma cueca samba-canção.

Apesar de alegar ter sido enganado por jornalistas, perdeu o mandato por falta de decoro parlamentar.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Porto Velho: Trânsito caótico em ruas que se desmancham...

Está cada vez mais difícil de trafegar pelas ruas e avenidas de Porto Velho, que sofre com toda sorte de problemas em sua malha viária, desde obras transtornantes que tiram a paciência de qualquer pedestre ao aumento da frota de veículos que literalmente explodiu nos últimos dois anos com a invasão populacional que a capital não assiste desde os tempos em Che Guevara andou por estas ruas.

Para quem tem carro, enfrentar as horas de pico se torna todos os dias uma batalha homérica e acaba sempre causando algum tipo de neurose nova na vida dos habitantes.

Está tudo se descontrolando e é improvável que a prefeitura consiga, mesmo a médio prazo, resolver as mazelas que estão se formando, flagramos esta semana uma viatura da SENTRAN, que deveria ser a autoridade mais respeitada em matéria de trânsito municipal, encurralada em pleno coração da cidade, por um caminhão de entregas que se recusava a sair do meio da rua sem que antes efetuasse o seu serviço.

A discussão toda durou pouco mais de 15 minutos e mesmo assim o caminhão não foi autuado pela irregularidade de interromper uma via pública em pleno horário comercial.

Além disso, as ruas e avenidas se veêm mais e mais esburacadas e deformadas pelo excesso de caminhões trucados que desfilam livremente pelas ruas como se fossem pista de passeio.

Vergonha nas alturas...


Bastou chegar a La Paz que tem uma altitude de 3.600 metros pra seleção brasileira fazer feio diante dos bolivianos.

E olha que eu sou flamenguista mas ver o "Imperador" do jeito que Napoleão perdeu a guerra como se fosse um cachorro morto no chão já é o suficiente para sentir vergonha pra dar e vender.

Pra quem vinha em uma campanha devastadora perante os demais times do mundo, ficou muito feio para o Brasil que parecia estar jogando um futebol de meninos contra veteranos.

Parecia mais um "timinho" levando um baile de craques, pra quem sustenta o primeiro lugar no ranking mundial e vinha se saindo magistralmente em 19 partidas sem derrotas e humilhante derrota para a Bolívia nos leva a ficar preocupado com os próximos jogos e surge novamente aquela eterna pergunta que sempre se faz quando a seleção decepciona em jogos de menor importância: Quando será que o salto alto vai deixar de ser o nosso maior ponto fraco ?
Essa com certeza nem o Guilherme Muller (inglês inventor do futebol) responde.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

17 MILHÕES DE BRASILEIROS ADMITEM QUE VENDERAM O VOTO


Pesquisa Datafolha feita em todo o país mostra que 13% dos brasileiros admitem já ter trocado seu voto por dinheiro, emprego ou presentes. Esse percentual corresponde a cerca de 17 milhões de pessoas maiores de 16 anos em um universo de 132 milhões de eleitores. A pesquisa completa consta na edição da Folha deste domingo, que já está nas bancas. Ainda de acordo com o levantamento, 94 % dos entrevistados veem como condenável a venda do voto, percentual idêntico ao dos que dizem ser errado pagar propina. Para especialistas, os brasileiros pensam corretamente sobre ética, mas não agem de acordo. “Ou vivemos na Escandinávia e não sabíamos, ou o que fazemos na prática corresponde pouco ao que dizemos que fazemos”, avalia a antropóloga Lívia Barbosa.

Folha On Line

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Por que candidato precisa ter ficha limpa?

Congresso em Foco
08/10/2009 - 07h14


"O princípio constitucional da presunção de inocência constitui regra para a proteção do indivíduo contra o poder. A questão atual, ao contrário, é a proteção do poder, contra o indivíduo"


Edinaldo de Holanda Borges*

A preocupação do povo em manifestar perante o Congresso Nacional a necessidade do estabelecimento de regras para a seleção de candidatos ao exercício de cargos eletivos revela a situação de desespero da opinião pública contra a escalada da corrupção em nosso país. O ato encontrou imediata contestação de políticos e até de representante da Ordem dos Advogados do Brasil.

Duas posições ou correntes de opinião foram criadas, a do povo e a dos contestadores. Os que se opõem à proposição, como apresentada, argúem a falta de certeza da responsabilidade do acusado, quando a condenação emanou do magistrado singular, em primeira instância. O juiz, afirmam, está sujeito como qualquer mortal à possibilidade do erro. Em razão, só o julgamento colegiado, de segunda instância, traduziria a certeza inquestionável da culpa, para impossibilitar o registro da candidatura.

A posição do povo é diferente. A relevância do serviço público, de administração ou de representação popular, exige, para a sua composição, a certeza da honestidade de seus agentes. Inverte-se o raciocínio a favor da sociedade. Não só a certeza da culpa é necessária para limpeza do serviço público. Basta que haja VEEMENTES INDÍCIOS para que a opinião pública, o senso comum, rejeite o candidato. Isso porque os indícios já são qualificados pelo requisito da evidência, para que a preservação da sociedade prevaleça sobre o pleito individual da candidatura.

Resta a reunião dos elementos para que o indício se torne qualificado como veemente. O fato tido como delituoso apresenta-se inicialmente em forma de notícia (notitia criminis), o que autoriza a investigação pelos órgãos de repressão. O inquérito, como procedimento inicial, termina com um relatório da autoridade, que pode concluir pelo indício da culpa. É o primeiro juízo de existência do INDÍCIO. A autoridade policial remete ao Ministério Público que, ao formular a acusação, manifesta o segundo juízo de existência do INDÍCIO. O juiz então decide pelo recebimento da acusação, formulando o terceiro juízo de existência do INDÍCIO.

Até então, apesar da constatação de três juízos de indícios da materialidade do crime e de sua autoria, o acusado ainda não teve oportunidade de defesa. Estabelece-se, em seguida, o curso processual, com o contraditório e ampla defesa. No final, o Juiz profere decisão condenatória que, na doutrina processual constitui a transformação dos indícios em reconhecimento da prova produzida. É o quarto juízo de culpa, quando os indícios foram convertidos em prova.

É preciso mais ainda para afastar o candidato duvidoso do acesso aos cargos de soberania nacional? Será que todo esse decurso processual ainda não produziu INDÍCIOS VEEMENTES para a salvaguarda do poder público?

Mas não é só. Se durante todo esse procedimento, houver fato incontestável que exclua a materialidade do delito ou a sua autoria, ainda cabe o recurso do habeas corpus, inclusive para os tribunais superiores. Se isso não ocorreu ou foi julgado no sentido da manutenção do processo, não há como desdizer a palavra do juiz monocrático e de todos os acusadores, sob o falso apanágio do erro humano.

Depois de que, se a sociedade exige para a profilaxia de seu poder público e para evitar a candidatura a cargos eletivos, não a CERTEZA, mas INDÍCIOS VEEMENTES de culpa da prática delituosa, não é possível dizer que o julgamento condenatório em primeira instância não seja suficiente. O raciocínio em contrário peca pelo excesso de zelo na proteção individual, em detrimento da coletividade. Repita-se: não é preciso a CERTEZA DA CULPA, mas INDÍCIOS VEEMENTES, para evitar a contaminação do poder.

No caso, não se conduz o raciocínio pelo princípio constitucional da presunção de inocência. O referido princípio constitui regra para a proteção do indivíduo contra o poder. A questão atual, ao contrário, é a proteção do poder, contra o indivíduo. O conflito de valores se dinamiza pela prevalência da intangibilidade do Estado, no confronto com o direito individual, por causa da supremacia do interesse público, tendo em vista a sua preservação. Só quando está em jogo a integridade do poder é que os seus valores prevalecem sobre os valores individuais.

* Edinaldo de Holanda Borges é subprocurador-geral da República

Pesquisar matérias no Blog

Um Diploma ou um Sacerdócio?

Que respostas podemos dar à indagação sobre os motivos de se exigir que o profissional de Jornalismo seja formado por uma faculdade?

Digamos, desde logo, que a faculdade não vai "fazer" um jornalista. Ela não lhe dá técnica se não houver aptidão, que denominamos de vocação.

A questão é mais séria e mais conseqüente. A faculdade, além das técnicas de trabalho, permite ao aluno a experiência de uma reflexão teórica e, principalmente, ética.

Não achamos absurdo que um médico deva fazer uma faculdade. É que vamos a ele entregar o nosso corpo, se necessário, para que ele corte, interfira dentro de seu funcionamento, etc.

Contudo, por vezes discutimos se existe necessidade de faculdade para a formação do jornalista, e nos esquecemos que ele faz uma intervenção muito mais radical sobre a comunidade, porque ele interfere, com seus artigos, suas informações e suas opiniões, diretamente dentro de nosso cérebro.

Acho que, pelo aspecto de cotidianidade que assumiu o Jornalismo, a maioria das pessoas esquece que o Jornalismo não é uma prática natural.

O Jornalismo é uma prática cultural, que não reflete a realidade, mas cria realidades, as chamadas representações sociais que interferem diretamente na formulação de nossas imagens sobre a realidade, em nossos valores, em nossos costumes e nossos hábitos, em nossa maneira de ver o mundo e de nos relacionar com os demais.

A função do Jornalismo, assim, é, socialmente, uma função extremamente importante e, dada a sua cotidianidade, até mais importante que a da medicina, pois, se não estamos doentes, em geral não temos necessidade de um médico, mas nossa necessidade de Jornalismo é constante, faz parte de nossas ações mais simples e, ao mesmo tempo mais decisivas, precisamos conhecer o que pensam e fazem nossos governantes, para podermos decidir sobre as atividades de nossa empresa; ou devemos buscar no Jornalismo a informação a respeito do comportamento do tempo, nas próximas horas, para decidirmos como sair de casa, quando plantar, ou se manter determinada programação festiva.

Buscamos o Jornalismo para consultar sobre uma sessão de cinema, sobre farmácias abertas em um feriadão, mas também para conhecermos a opinião de determinadas lideranças públicas a respeito de determinado tema, etc.

Tudo isso envolve a tecnologia e a técnica, o nível das aptidões, capacidades e domínio de rotinas de produção de um resultado final, que é a notícia.

Mas há coisas mais importantes: um bom jornalista precisa ter uma ampla visão de mundo, um conjunto imenso de informações, uma determinada sensibilidade para os acontecimentos e, sobretudo, o sentimento de responsabilidade diante da tarefa que realiza, diretamente dirigida aos outros, mais do que a si mesmo.

Quando discuto com meus colegas a respeito da responsabilidade que eu, como profissional tenho, com minha formação, resumo tudo dizendo: não quero depender de um colega de profissão, "transformado" em "jornalista profissional", que eventualmente eu não tenha preparado corretamente para a sua função.

A faculdade nos ajuda, justamente, a capacitar o profissional quanto às conseqüências de suas ações.

Mais que isso, dá ao jornalista, a responsabilidade de sua profissionalização, o que o leva a melhor compreender o sentido da tarefa social que realiza e, por isso mesmo, desenvolver não apenas um espírito de corpo, traduzido na associação, genericamente falando, e na sindicalização, mais especificamente, mas um sentimento de co-participação social, tarefa política (não partidária) das mais significativas.

Faça-se uma pergunta aos juízes do STF a quem compete agora julgar a questão, mais uma vez, questão que não deveria nem mais estar em discussão: eles gostariam, de ser mal informados?

Eles gostariam de não ter acesso a um conjunto de informações que, muitas vezes, são por eles buscadas até mesmo para bem decidirem sobre uma causa que lhes é apresentada através dos autos de um processo?

E eles gostariam de consultar uma fonte, sempre desconfiando dela?

Porque a responsabilidade do jornalista reside neste tensionamento que caracteriza o Jornalismo contemporâneo de nossa sociedade capitalista: transformada em objeto de consumo, traduzido enquanto um produto que é vendido, comercializado e industrializado, a notícia está muito mais dependente da responsabilidade do profissional da informação, que é o jornalista, do que da própria empresa jornalística que tem, nela, a necessidade do lucro.

Assim sendo, é da consciência aprofundada e conscientizada do jornalista quanto a seu trabalho, que depende a boa informação.

E tal posicionamento só se adquire nos bancos escolares, no debate aberto, no confronto de idéias, no debate sério e conseqüente que se desenvolve na faculdade.

Eis, em rápidos traços, alguns dos motivos pelos quais é fundamental que se continue a exigir a formação acadêmica para o jornalista profissional.

A academia não vai fazer um jornalista, mas vai, certamente, diminuir significativamente, a existência de maus profissionais que transformam a informação, traduzida na notícia, em simples mercadoria.

Danny Bueno

_______________Arquivo vivo: